Timidez
e isolamento
Sempre fui muito tímida. Seminários na escola eram
momentos em que eu entrava em pânico. Treinava, mas toda vez era a mesma coisa,
colocava o papel onde fazia anotações a cerca da apresentação na frente do
rosto, falava tudo rapidinho e terminava com a sensação de ter feito tudo
errado.
Ainda no âmbito escolar, trabalhos em grupo nunca
foram situações confortáveis. Não conseguia expor minhas ideias, minha voz
sumia e sucessivamente concordava com opiniões alheias, mesmo sabendo que elas
iam contra tudo que eu acreditava.
Receber visitas também era algo desesperador. Fazer “a
social”, ter que ser simpática, falar com todo mundo, contar causos e piadas
nunca foi meu forte, por isso, falava somente o necessário e logo me escondia
em meu quarto, longe de qualquer critica.
Tais ocasiões renderam vários ônus, um deles são os
apelidos que recebi, não é agradável ser chamada de “bicho do mato”, porém, o
pior é a comparação com minha irmã, toda vida extrovertida e falante qualquer
que fossem o lugar e as pessoas presentes.
Até tenho coisas pra contar, nada sobre viagens e
baladas incríveis, muito menos sobre namoros, só que as historias dos outros
parecem mais interessantes, de modo que ainda hoje acredito ser inútil abrir
minha boca pra falar minhas abobrinhas.
Boca seca, mãos trêmulas e geladas, voz baixa, quase
sumindo, tristeza por ouvir piadinhas sem graça... Não há jeito de não me
sentir assim...
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