sexta-feira, 20 de julho de 2012


Decepção ainda que tardia 

Quando conheci você, todos se tornaram enfadonhos. Maduro, forte, divertido, o homem mais bonito que já conheci. Você era tudo isso. Você era tudo para mim.

Um dia você me elegeu, mas não por muito tempo. Foi embora e sequer disse adeus, aliás, não disse nada. Não demorou ver vocês dois desfilando felizes da vida. Você agindo com a mesma naturalidade de um encontro no elevador.

O homem maduro agiu infantilmente. Você brigou com todos, foi demitido, negligente com seus companheiros que não querem ver você nem pintado de ouro.

Ouvi dizer que você era uma farsa. Será mesmo? Você então elege quem é digno de suas virtudes? O resto do mundo que fique com o lado negro de sua força? Será que Freud explica?

Será que homem maravilhoso que conheci existiu mesmo? Ou será que você era algo similar a um amigo imaginário? Seja o que for, a verdade, ainda que tardiamente aparece, aqui, em forma de decepção.

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"...Que minha solidão me sirva de companhia.Que eu tenha a coragem de me enfrentar. Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo." Clarice Lispector

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